quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

inicia-se hoje uma maratona de mãe solteira. não, ainda não é desta que o pai foi para outro hemisfério fazer a vindima. vai andar a passear pela europa e pelo país, o que também não é mau. quatro semanas de ausências, aviões, malas, feiras, jantares, apresentações e prémios. e ajuda da avó, claro! que eu sou forte e tal, e desenrascada e tal, mas não sou parva!




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"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão: encantado no oceanário


"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
francisco: de manhã, no namoro com a mãe

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

lado a lado #01


o joão era mais esparguete, fininho, comprido. o francisco é mais roliço, mais equilibrado.
o joão tinha os olhos mais expressivos e maiores e mais redondos, pareciam dois faróis. o francisco tem a cara redonda e cheia e os olhos mais pequenos e mais desenhados.
o joão tinha o cabelo mais ralo e achatado. o francisco tem o cabelo mais claro, abundante e espetado.
o joão era mais calado durante o dia, quase não se dava por ele. o francisco faz-se ouvir, mas também dorme bem.

(estas comparações não fazem mal a ninguém e servem de passatempo a esta mãe)l


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fazendo os dois anos e com um bebé novo decidi deixar as rubricas mensais do joão. agora vão aparecer quando o rapaz acumular coisas giras e engraçadas que justifiquem um post. ok, isso é todos os dias e dava para uma enciclopédia, diz esta mãe babada, mas vamos lá fazer um esforço e registar o essencial, só. 

+ estamos a treinar as expressões: cara feia, cara de mau, rir, chorar. as primeiras não sabe fazer, franze ligeiramente o sobrolho mas pouco mais. rir é que sabe e faz bem, o que me leva a concluir que é feliz e não precisa de 'saber' as outras emoções. pois...
+ adora ajudar o pai (ou a mãe) a fazer o jantar, panquecas, tudo o que vier da cozinha. quer sempre pôr o 'xáli' (sal) e já sabe que as cebolas fazem chorar, quer virar as panquecas e pôr os legumes da sopa na panela;
+ resiste a fazer xixi de manhã na sanita, pede sempre para fazer na fralda;
+ adora o irmão, dá beijinhos a toda a hora, chama-o, quer que esteja ao pé de nós, mas também lhe rouba a chuca com ar de malandro;
+ diz que se chama 'joão máluco' e já sabe que a mãe se chama joana e não princesa (snif, snif);
+ canta muito. começou pelos 'parabéns a você' mas agora já aumentou o repertório: 'o nosso galo é bom cantor', 'doidas, doidas, doidas, andam as galinhas', 'brilha, brilha, lá no céu', 'era uma vaca leiteira', 'atirei o pau ao gato', 'o macaco brincalhão', 'o rato vitorino' e (infelizmente) 'sou uma taça, uma chaleira...'. começa a cantar e andar à roda que nem um doido, depois fica tonto e diz 'joão máluco';
+ já reconhece o carro da avó, sempre que vê um da mesma marca, aponta e diz 'carro vó'. sabe que o meu carro tem 8 na matrícula;
+ adora procurar a lua e as estrelas;
+ quando faz asneiras de propósito para nos chamar a atenção, começa a chamar-nos com um tom de voz nuito específico... nós já sabemos ao que vamos... é espertalhunfo!
+ faz fita para lavar os dentes mas adora tomar banho. adora a toalha e o pijama quentinhos, postos em cima do aquecedor e tem sido O truque para a hora do banho correr sobre rodas;


domingo, 22 de fevereiro de 2015

ratatouille

nos últimos dias o joão tem adormecido com a história do ratatouille e do chef remy (inventado pelo pai, acho eu). normalmente o ratatouille faz panquecas para o pai, a mãe, o joão e o francisco -não mãe, o francisco é léte (o francisco bebe leite). mas também já fez almondêgas com esparguete e bolo de anos. 

é surreal este miúdo adormecer enquanto lhe explico receitas. 

[o melhor do meu dia]

ouvir os dois rapazes mais velhos em longas e animadas conversas enquanto fazem o jantar é o melhor deste meu dia.

o pai tem uma paciência infinita nestas ocasiões e explica todo o procedimento ao joão. deixa-o mexer na comida, pôr os ingredientes na panela, lavar legumes, avisa-o para se afastar da cebola porque pica nos olhos, dá-lhe cenoura para comer, pergunta se quer courgete. é delicioso de ouvir... 


mais de duas horas de sesta para todos. done!

às vezes sabe bem não sair de casa. 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

first night out ou a celebração da família



cataplana de marisco @ tasca da esquina

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

manter a sanidade mental durante a licença de maternidade

Alguém resumiu, e bem, o que nos salva a sanidade mental nestes meses de licença:

1- Tomar banho todos os dias 
Tem um efeito especial em nós - já para não falar da higiene, claro. Tomar banho faz-nos sentir mais capazes, mais bonitas, com mais força e com menos cansaço. Parece que é uma espécie de reset. Mesmo quando a noite do dia anterior foi tão calminha quanto ver pessoal a dançar Afrobeat, ganhamos uma meia hora de energia e duas de paciência. 

Mães de recém-nascidos: aproveitem uma altura em que eles estejam mais calminhos, deitem-nos na espreguiçadeira ou numa alcofa de maneira a que consigam vê-los da banheira com a cortina um pouco aberta e pronto. Se for preciso alguma coisa, não demoram a lá chegar. Podem desfrutar de um banho calmamente. E sim, nós ouvimo-los a chorar, mesmo que eles não estejam quando estamos longe deles. 

posso não ter dormido, mas ao tomar banho, o dia começa novamente e de uma maneira muito melhor.

2- Mudar o pijama ou, idealmente, vestir roupa confortável mas não de dormir
Mais uma vez: "já para não falar da higiene, claro". Se nos aprontássemos todos os dias um bocadinho, mesmo que não saíssemos de casa era mesmo óptimo. Vestirmo-nos faz com que estejamos mais perto daquele papel que desempenhamos numa vida mais "activa" (refiro-me a quando vamos trabalhar) e vamos buscar também as qualidades que mais usamos nessas alturas: organização, responsabilidade, paciência, etc. Não digo pintarmo-nos loucamente como se fossemos a Paula Bobone ou como se soubéssemos que íamos encontrar o amor da nossa vida, mas um creminho hidratante e mudar a roupa, já é bom!

acrescento a isto beber um café/descafeinado. Sabe-me pela vida e liga-me ao mundo exterior, é tipo a pausa kit-kat.

3- Ter um plano diário.
Por muito insignificante que seja: ir aos correios, passear ao jardim, ter de ir à FNAC, etc. Ter um plano diário faz com que consigamos diferenciar os dias uns dos outros e também que nos dê algum objectivo além de lidar com o bebé.

Sentimo-nos "úteis" e levamos o bebé connosco a passear. Um óptimo dois em um. É muito apetitoso gastar dinheiro, principalmente no Inverno que saímos mais para centros comerciais mas façam como eu e não tenham dinheiro na conta. É isso.

Se os fãs da Sofia da Casa dos Segredos também que quiserem passar dinheiro, eu dou o meu NIB sem problemas. Também sou uma mãe coragem e leoa, o que quiserem que justifique.

Sei que é uma segunda referência ao programa, mas é o que se vê cá em casa à noite. Não digam ao meu marido que escrevi isto que ele gosta de dar aquele ar de que é muito machão e depois delira com estas bimbalhadas como eu.

é o que me dá alento todos os dias, saber que tenho alguma coisa 'útil e externa' para fazer.

4- Ter uma rotina de arrumação da casa.
De preferência de manhã quando o bebé ainda não está rabugento. Não digo dar uma volta à casa tipo Cinderela sobre o efeito de bebidas energéticas, mas dar aquela "voltinha": fazer as camas, organizar a casa de banho, tirar e por a loiça na máquina, etc. Fingir que se limpou tudo. Vocês sabem como é, que eu sei. Até podem acender aquelas duas velas grandes do Ikea para cheirar a lavadinho e tudo. 

5- Dormir sempre que o bebé dorme ou, pelo menos, uma das sestas.
É mesmo muito muito complicado irmos dormir quando estamos cansadas. Andamos a manhã inteira a sonhar que o bebé adormeça e, finalmente, quando adormece ficamos tipo estúpidas a olhar para a televisão a ver programas tão pouco produtivos como o FaceOff da Sic Radical. Temos de ser mais espertas e de nos obrigar a ir dormir. É como ir ao ginásio. Sabemos que nos vamos sentir bem, mas só no fim, claro.

não consigo! bem tento, mas não consigo. só muito raramente é que me deixo adormecer no sofá à tarde.

6- Não querer ser muito produtiva.
Se fizermos muitos planos e quisermos acabar muitas coisas, além de ser muito complicado conseguirmos e de, no final, nos podermos sentir menos capazes, acaba por ser contraproducente quando o bebé estiver mais rabugento: "ainda tenho que ir fazer isto, ainda me falta acabar aquilo... assim não consigo fazer nada!!"

Logo se vê. Eu, por exemplo, há um mês que estou para escrever uma peça. Não é por preguiça, a sério. Estou louca para deitar as mãos à massa, mas isto de "não trabalhar", dá muito, muito, muito mais trabalho do que pensava.

ah mas eu quero! não me chateio é se não conseguir fazer tudo, porque lá está, tenho um bebé e restante família e ainda tenho vários dias/semanas/meses para fazer tudo, mas não passo sem as minhas (intermináveis) listas to-do.

7- Se o bebé está birrento é só estar lá para ele.
Está muito ligada à sugestão anterior. O melhor é mesmo dedicarmo-nos ao bebé, com tempo e calma quando ele precisa. É desesperante (para os dois) se tentar fazer algo ao mesmo tempo porque começa a vê-lo como um empecilho às outras coisas que está a tentar fazer. Aquela dica de não se olhar para o relógio quando se amamenta em livre demanda acho que se aplica em todas as outras ocasiões (menos na hora de dormir). Faz birra? Vamos a isso. Temos tempo. "Temos", mais ou menos.  Espero que o Manoel de Oliveira tenha menos tempo que eu. Começa a ser assustador.
8 -  As pilhas do bebé não duram para sempre. 
"Não dorme agora, dorme depois" - disse-me o pai de três filhos pequeninos e ficou-me sempre na cabeça.

"As pilhas vão acabar" -  para dizer como mantra nos momentos mais complicados.

O importante é manter uma atmosfera calma para os dois. 

esta é genial... é outra versão do 'tudo passa' ou 'tudo é uma fase', o meu mantra preferido da maternidade.

9 - Ressalvar com os amigos com quem combina alguma coisa que tudo pode ser alterado conforme a disposição do bebé
Evita enervamentos a toda a gente, mais a nós que, geralmente, os outros chegam atrasados a tudo. 

10 - Vestir sempre o bebé 
Torna-se mais rápido sair entre mamadas e sonos e é menos um entrave a uma possível saída espontânea. Não que o bebé estivesse nu, claro. 

sou um bocado baldas nisto e só o visto quando vou sair. caso contrário fica de pijama, é uma muda de roupa que se poupa.

11 -  Ter noção de que ver televisão - ainda para mais sozinha - é uma perda de tempo. 
Estar em casa, apesar de as vezes poder ser muito difícil, é uma dádiva para se poder dar mais ao nosso bebé. Lá por estarmos "habituadas a isso", vai ser como a gravidez: vamos ter muitas, muitas saudades, "apesar de tudo". 

erhg... mais ou menos. como não consigo ver televisão à noite, adormeço em dois minutos, aproveito a hora de almoço e parte da tarde para pôr a programação em dia. ainda bem que existem as boxs e as gravações.

12 -  "Isto é só uma fase".  
É fácil desesperar quando as coisas não correm bem, mas vai haver uma idade em que vão acordar sozinhos e fazer o seu próprio pequeno almoço. 

lá está, o meu mantra.

13 - "Limpa-se amanhã".
Não deu para limpar hoje a casa? Limpa-se amanhã. Ou depois. Ou depois. O importante é aspirar para o miúdo não andar alimentado a bolas de cotão.

é isso. o que é preciso garantir é que o miúdo esteja alimentado e de rabo limpo, bem, já agora, a família toda. 
para mim, isto também se aplica aos banhos da miudagem, principalmente no inverno.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

finalmente, alguma paz

senhor dom joão voltou a si e esta casa entrou em modo cruzeiro.

foram precisas mais de quatro semanas para o bezerro atinar com a nova personagem cá de casa, ou melhor, para reposicionar a sua pessoa na nossa família e perceber que gostamos dele da mesma maneira, talvez mais ainda. 

as birras acalmaram, claro que ainda as faz - hello, tem dois anos!- mas são birras diferentes e não são por tudo e por nada. os ritmos foram respostos, já não acorda durante a noite, já não pede tanto colo, mas volta e meia vem para mim de braços abertos e meloso a dizer 'mamã, mamã'. claro que lhe dou o melhor abraço do mundo e digo-lhe ao ouvido que gosto muito dele. 

ensinei-lhe o que lhe repetia todas as noites ao deitar, que gosto dele até à lua. agora pergunto-lhe: 'gosto de ti até onde?' e ele responde 'até à lua. até às estrelas.' sendo que esta última parte foi ele que resolveu acrescentar, o que me diz que sabe mesmo que gosto dele. {suspiro}



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"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão: quando regressávamos da nataçõa, encontrou um pau no chão 
e andou a fazer aquilo que os rapazes fazem sempre que encontram paus


"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
francisco: o meu texuguinho {heart}

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"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão: em casa da avó, na sanita. é só estilo!


"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
francisco: às vezes a mãe exagera na hora de tirar fotografias

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 "a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão: brincadeiras de manhã na cama do pai e da mãe


''a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
francisco: no dia em que fez 1 mês

domingo, 15 de fevereiro de 2015

acordada desde as 4h30.
o dia tem tudo para correr bem... tem, tem! 

é isso e não ter havido uma única alusão ao dia do valentim cá em casa. excepto a caixa de húngaros que eu fui buscar de propósito à garrett... ah espera, mas isso não é para mim!

é o demónio!

hoje à tarde, estando sozinha com os dois valentinos mais pequenos, recorri à um truque sujo. pensei bastante antes de o fazer porque sabia que ia abrir um precedente que me podia custar muito caro mas tinha mesmo que fazer alguma coisa inovadora para entreter o mais velho.

vai daí resolvi pôr a tocar as músicas do 'panda e os caricas'. eu sei que são a principal banda sonora da escola, à quL temos fugido como vampiro de alho ou cigano de sapos. a estética panda e seus amigos é medonha, assim como toda a super máquina furiosa de marketing a ela associada. 
não, não me estou a armar em pretensiosa que só tem brinquedos de madeira, acho mesmo um abuso tremendo toda a chulice deste tipo de bonecos. 

adiante. o miúdo divertir-se, cantou, pulou e escolheu as músicas, 'eta não', 'ôta', 'a taça'.

o problema? passa das duas da manhã e não pára de rodar da minha cabeça :'sou uma taça, uma chaleira, uma colher, um colherão. um prato fundo, um prato raso, sou um garfinho, faca do pão...'. maltidas cantilenas! argh!!!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

a primeira limpeza de roupa

é oficial. esta semana arrumei as primeiras roupas que deixaram de servir. para já são os babygrows mais pequenos, que o tipo está a ficar comprido e já não esticava as pernas.

arrumei, por isso, o primeiro fatinho que o joão vestiu e que foi o segundo que o francisco vestiu numa tentativa de criar uma tradição. se tiver um terceiro filho, este fato será o terceiro que ele irá vestir e o primeiro fato do francisco será o segundo, e por aí adiante. sim, tenho tempo livre para divagar sobre estas coisas. 

mas dizia eu... ao arrumar a roupa, e príncipalmente este fato em particular, fui invadida por uma espécie de nostalgia. será que vou voltar a vestir esta roupa a um filho meu? este fato nunca mais vai ser usado? vou guardá-lo até quando?... 
e dobrei-o com todo o amor que consegui, olhei demoradamente para ele e guardei as boas memórias. 

dois filhos, é este o equilíbrio, para já. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

tá certo, é quase carnaval

mais uma noite de forró... 
não berrou, não fez estrilho, nem tão pouco estava possesso. esteve naquele ram-ram de bolçado, ora cospe, ora engasga, ora está de olhos abertos a remoer. tão cansativo! 

são barulhos baixinhos a que o cérebro quase adormecido se habitua e entra em modo ignora-a-ver-se-passa. tenho para mim que isto é pior do que ter um bebé aos berros, porque nessa situação estamos completamente despertos, em modo missão. assim não, o corpo pede cama e almofada, pede quentinho e vamos apagando e acendendo a luz a um ritmo compassado, dizendo asneiras pelo meio, mas conseguindo fechar os olhos 30 segundos. não é pior?

inundou a roupa, as fraldas de pano, os babetes, sempre a sair aquela aguadilha esbranquiçada. já tinham passado mais de duas horas desde que tinha mamado, mas ainda tinha cenas para deitar cá para fora. será que o posso pôr a dormir num daqueles baloiços em que ficam de pé, pendurados? acho que só assim a gravidade conseguia conter o leite que este rapaz ingere. 

e os barulhos... ah, os barulhos são quase tortura. se não é a barriga, é o nariz entupido cheio de ranho ou um pigarrear que vem não sei porquê. o que mais me chateia é que dificilmente consigo dormir durante o dia, é muito raro fazer sestas, o corpo não pede apesar de o puder fazer. hoje como está de chuva vou tentar, leio um livro ou vejo um bocado de televisão enrolada numa manta, a ver se o sono desce sobre mim e consigo, pelo menos, dormitar uma ou duas horas. 

já li mais uns artigos sobre isto e vou tentar pôr em acção um plano de contenção de bolçado, mas quando leio que o auge deste tipo de coisa é aos 4 meses, até fico agoniada. 

ps: já disse ao pai para ir dormir para o outro quarto mas ele mantém-se fiel à sua cama. totó!

domingo, 8 de fevereiro de 2015

fazer a cama

cada vez que faço a cama do joão com lençóis que foram meus ou da minha mãe (!) fico emocionada. e muito grata por ter tido uma avó tão dedicada.
tenho saudades tuas, avó.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

é o que dá ter bebés no inverno

eu sabia, dar de mamar à noite, no inverno, com o quarto gelado, sem pijama de flanela ou polar e com uma fralda húmida no ombro tinha que ter consequências. 

baixou em mim uma constipação potente, com nariz entupido, voz fanhosa e metros cúbicos de ranho a sair. já dei cabo de um rolo inteiro de papel higiénico!!! e tenho as narinas a arder e os olhos vermelhos, chorosos e semi-cerrados. vá lá que não me dói o corpo nem a cabeça e a febre não se avista. espero ficar por aqui e acordar amanhã como nova porque um dia inteiro sem mimar o piolho já é castigo suficiente. 

vá lá que me distraí com o regresso à costura! alguém vai ter roupa nova no verão. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

o cheiro dos bebés

quando estamos grávidas e começamos a falar do assunto com outras mães há um assunto que vem sempre à baila: o cheiro dos bebés.
todas, sem excepção, deliram com o cheiro dos bebés recém-nascidos ou mesmo dos bebés em geral. todas falam do cheiro suave e quente da pele de bebé, do bafo leitoso que se sente quando se encosta o nariz junto à boca deles, do aroma adocicado nos refegos das pernas ou na curva especial do pescoço. e quando se pega num bebé que acabou de tomar banho? ui, então aí o mulherio derrete-se em suspiros e até sente fraqueza nas pernas. Sim, o cheiro dos bebés é bestial e devia vender-se em frasquinhos para podermos snifar sempre que nos apetecesse... 

isto se os bebés de que estamos a falar não forem os meus bebés. 
como saberão o cocó dos bebés recém-nascidos não tem propriamente cheiro e as quantidades de xixi são tão pequenas que ainda permitem que o dito fique devidamente retido nas fraldas. a crosta láctea nestas minhas criaturas é inexistente por isso também não temos cheiro vindo daí. a roupa deles cheira sempre bem, obrigada amaciador, e a chucha é pouco usada por isso também não acumula cheiros. ainda não usam aqueles bonecos dos quais nunca se separam e que são como um terceiro braço, por isso também não levamos com o cheiro estagnado de um peluche que já foi fofinho e novo e agora é encardido e amorfo. do que é que eu estou a falar, então?

do cheiro a bolçado.
esse cheiro meio azedo, meio fresco, que os meus filhos teimam em manter durante o(s) primeiro(s) mese(s). os gaiatos mamam muito bem, aliás, nasceram ensinados e sempre correu tudo bem no que toca à amamentação, no sentido lato de alimentação e garantia de sobrevivência de um ser vivo minúsculo. estou muito grata por isso. o que me aborrece, não, é mais forte que um aborrecimento, o que me chateia mesmo, que me lixa o juízo e me consome os neurónios é a reacção automática que eles têm assim que são colocados a arrotar após a mamada e que é deitar cá para fora todo o leite que estiveram a sacar da mãe. 

vá, eu sei que não é toooodo o leite, até porque se assim fosse não cresciam a olhos vistos e também sei que é normal isto acontecer dada a imaturidade da válvula que regula a entrada do estômago, a cárdia, e que impede que a comida volte para a boca. também sei que uma pequena colher de café cheia e derramada numa toalha faz estragos, sim, já fiz este teste recomendado pelos pediatras para perceber que a quantidade de leite bolçada pode ser uma ilusão de óptica. e antes que perguntem, sim, já verifiquei que a pega e a posição de amamentar estão correctas e dormem numa cama inclinada.

não sei porque é que isto acontece, sei que vai melhorando com os dias, vá, com as semanas e meses, mas que fico com nervos fico. é roupa molhada, é babete ensopado, é mais uma fralda para lavar e é, muitas vezes, um fio de leite a escorrer pelo meu peito até à barriga. o que é sempre agradável, principalmente no inverno! quem te manda ter filhos no inverno, pá?

eu até gosto de natas azedas e de queijo fresco (que é como o pai chama ao bolçado mais denso que às vezes aparece), mas prefiro tê-los no meu prato e não na minha roupa! e gostava muito de puder cheirar os meus filhos à vontade, com aquele ar enamorado e derretido, sempre que me apetecesse, sem me deparar com um pijama húmido ou um babete cheio de manchas amarelas. 

os putos até são fixes, dormem bem, comem bem e são calminhos, mas podiam ter esta cena controlada para a mãe puder sacar-lhes o cheirinho bom a toda a hora e o pai, que nem gosta de queijo, gostar de os pegar ao colo. 

(texto enviado para o blog a mãe é que sabe, numa tentativa maluca de o ver publicado)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

vacina BCG

e ao quarto dia do segundo mês de vida, o bezerro mais novo levou a tão desaparecida vacina BCG, para quem não sabe, da tuberculose. ligaram ontem do centro de saúde a dizer que iam abrir um frasco, que dá para 8 crianças e que tinhamos vaga às 12h15, mas tinhamos mesmo que confirmar a nossa presença para não despediçar produto. sim, sra. enfermeira, claro que vamos, afinal queremos começar a vidinha mais protegidos.

e como é que reagiu, perguntam?
chorou bem e alto, mas tenho a sensação que foi mais por estar despido e imobilizado. ou pelo menos, assim quero acreditar, porque não foi agradável ver uma agulha longa e fininha a entrar no braço esquerdo do rapaz, em movimentos semelhantes ao de uma costureira a alinhavar bainhas. 
para compensar a malvadez, dei-lhe de mamar logo de seguida e o rapaz já nem se lembrava do que tinha acontecido.

a esta hora continua a dormir, por isso suponho que não lhe doi o braço e está quentinho.

1M

 
 




+ é sossegado, excepto quando tem fome, quando reclama bem para se fazer ouvir;
+ mama de 4h/4h, tipo relógio suiço. muito raramento distrai-se e faz um bocadinho mais;
+ não gosta muito de mudar a fralda por causa do frio;
+ faz imensos barulhos, entre reclamar da barriga e nariz entupido, geme, gane e o que mais se lembrar, o que faz com que as noites sejam relativamente animadas, porque demora muito a adormecer;
+ tem o cabelo arruivado, pestanas e sobrancelhas claras (será, será que consegui um filho ruivo?!?)
+ tal como seu irmão querido, bolça bastante;
+ já mantém os olhos bem abertos e atentos;
+ segue a minha voz;
+ nasceu com a clavícula direita partida mas já está sarada (não se fez nada, o tempo pelos vistos cura estas coisas). em princípio terá um torcicolo congétino no lado esquerdo, tal como o pai quando nasceu. sim, este bebé nasceu com o pescoço esmifrado;
+ já esteve/está constipado, graças aos milhentos beijos do irmão;
+ gosta do banho e de estar ao colo;
+ nasceu com uma mancha vermelha no olho direito mas já desapareceu;
+ encavalita os dedos dos pés, como o irmão, herança genética de um dos avôs (ainda não nos demos ao trabalho de saber qual).

e assim, a correr, passou o primeiro mês deste boneco querido da mãe, fofinho, apetitoso, pacato na maioria do tempo mas refilão quando tem fome.