domingo, 31 de maio de 2015

xaudadess

'joão, está tudo bem?', pergunto eu.
ele, com chucha e sobrolho franzido à pai, abana a cabeça e diz que não. 
'então, o que é que está mal?', insisto.
'xaudadess da mãe.', responde e aninha-se ao meu colo.

estar a mudar de casa e deixá-los tanto tempo, chegar derreada e não lhes dar colo, não lhes sentir o calor e o cheiro, não os afogar em beijos porque estou ansiosa e maluca com o que ainda está por fazer, dá nisto. 

também tenho xaudadess vossas. 

hoje dia 31 de maio fechamos a porta da nossa primeira casa de família. foram 8 anos sobretudo felizes, que nos trouxeram dois filhos. naquela casa casámos e nasceram os nossos filhos. hoje quando fechei a porta pela última vez, agradeci. 


terça-feira, 26 de maio de 2015

(quase) 35



o pai está num avião de regresso a casa, vindo da suécia. este ano chega a tempo, o ano passado estava em tóquio ou hong kong, já não sei, e quando chegou quem levou a prenda foi ele - estava grávida!

o mais velho está a adormecer, ainda vai chamando por mim, quase a miar, e disse, antes de ir para a cama, que gostava de mim, do pai e do mano. 

o mais novo já dorme há mais de uma hora na minha cama. fofo sorridente.

eu estou descalça, feliz pelo calor que está, rodeada de caixotes e de uma casa  a ficar descomposta, cansada de empacotar, ansiosa com a mudança, desejosa de ir dar um mergulho no mar.

estou feliz, no fundo, estou e sou muito feliz e não me posso esquecer, nem devo, disto. 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

corre corre corre

já por diversas vezes o joão resolveu começar a correr rua abaixo quando estamos mesmo a chegar a casa. sai disparado e eu, como agora carrego o mini no marsúpio, não consigo disparar a correr atrás dele. 
chamo, chamo mais alto e grito e o gaiato não pára, não abranda e continua. 
já lhe disse várias vezes que quando eu o chamo ele tem que parar, olhar para mim e ver o que se passa, ouvir-me. 
quando finalmente chego ao pé dele, só me apetece abaná-lo, sacudi-lo, dar uma palmada, e muitas vezes digo coisas à bruta. fico mesmo assustada e é uma forma de descarregar. 

esta atitude nunca surtiu efeito e cada vez ele corre mais rápido e eu fico mais assustada e o mini anda aos solavancos rua abaixo. 

até que ontem lembrei-me de lhe contar uma história ao deitar sobre um menino chamado joão que fugia da mãe, que ficava muito assustada e triste, apanhava um susto com um carro e pisava cocó. 
ele fez várias perguntas, repetiu a história. 

hoje de manhã acordou a falar nisso, no carro que batia no joão, o que prontamente eu corrigi dizendo que o carro pregava um susto ao joão. depois falou do cocó. e eu reforcei que a mãe fica triste quando isso acontece. 

vou repetir a história para ver se entra naquela cabecinha que não pode desatar a correr desenfreado. o meu coração não aguenta este stress. ou isso ou passa a andar de trela. 

hã?

há uns dias que o joão, quando não percebe o que lhe dizemos, responde com um 'hã?', bem interrogado. 
o que nas horas de ralhetes e pedagogia resulta em vários monossílabos seguidos. isto começou a incomodar-me e hoje ao jantar comecei a dizer 'não se diz hã, é feio. podes dizer 'diz' ou 'não percebi'. 
às tantas eu digo 'hã?', o rapaz estava a falar de boca cheia, outra coisa que tenho que resolver a seguir. 
o que é que d.joão responde prontamente: 'não se diz hã, mãe, é feio'. 
hã?! afinal ele ouve o que eu digo! 

temos potencial #3

tem andado chatinho para adormecer, acho que é do calor. quer companhia, chora sentido e alto. demora a sossegar.
mas ontem adormeceu à (nossa) hora de jantar e só acordou quase às 7h!

e agora está ferradíssimo nos meus braços. o pai ressona e o mais velho também ainda não acordou. então é isto que é uma família... adoro!

post escrito dia 18 mas que tinha ficado esquecido :)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

plagiocefalia posicional

depois da clavívula partida e depois do torcicolo congénito, eis que o mini é diagnostiado com plagiocefalia posicional.

como tudo o que é relacionado com crianças o nome assusta e é difícil de pronunciar à primeira, mas não é nada mais que uma assimetria no formato da cabeça, neste caso derivado ao torcicolo, o que fez com que o crânio ficasse achatado do lado direito. nesta altura já tem as orelhas desalinhadas e uma pequena bossa na testa. é como se o crânio estivesse oblíquo, quando visto de cima, em vez de estar arredondado.

fonte: google

não é nada grave, é só uma questão estética que é resolvida, de forma mais ou menos fácil, com grande intervenção da nossa parte. 
como? 
+ estamos proibidos de usar o ovo, excepto para andar no carro;
+ evitar o sling e a espreguiçadeira. privilegiar o colo e o marsúpio como meio de transporte;
+ elevar o colchão do lado afectado e/ou pô-lo a dormir de lado. ou pelo menos corrigir sempre que possível a posição da cabeça;
+ aumentar o tummy time, para ir fortalecendo o pescoço,
+ efetuar movimentos suaves de rotação lateral da cabeça, para também fortalecer os músculos;
+ continuar a fisioterapia. já lá vão 20 sessões e começamos outra série de 20, bah...

tenho feito um esforço grande para evitar o ovo, o que me está a dar cabo das costas. agora que veio o bom tempo e já estava a planear grandes passeatas, só de pensar em acartar mais de 6,5kg já perco a vontade. isto também implica que tudo demore mais tempo, nomeadamente o tira e põe do carro, mas de facto, transportar o ovo é um assassinato ao conforto. 

ando à caça de um pano-transporta-bebés porque o sling, o meu adorado sling não é o mais conveniente e o marsúpio que nós temos é um bocado quente. allo, amigas deste tipo de transporte, estão a ouvir-me, querem ajudar?

vamos tendo pequenos períodos de tempo sentado e de barriga para baixo, onde ele parece um daqueles bonecos feiosos que se colocam no tabelier dos carros e ondulam a cabeça constantementemas a verdade é que cada dia aguenta-se mais. está um forte!

por fim, a fisioterapia é capaz de ser o mais chato. já lá fomos 20 vezes e ainda temos outras tantas. três vezes por semana, de manhã, notam-se melhorias, claro, mas é tudo lento, demasiado lento para mim que já só sonho com passeios e apanhar ar na venta e ir tantas vezes ao hospital só me faz pensar em coisas piores. 

tudo se resolve, claro. o francisquinho há-de ficar com a cabeça perfeitinha, ou não me chame eu 'sua mãe'.

ps: antes que perguntem, os capacetes são uma treta da indústria.
algum dia havia de fazer uma coisa destas. hoje foi o dia.

levantei-me às 4h da manhã para pôr a máquina da roupa a lavar. sim, estava acordada porque tinha acabado de dar de mamar. sim, já está calor à noite e não custa tanto sair da cama. mas, só uma choné desregulada se dá ao trabalho de ir programar a máquina da roupa a esta hora! 

eu não estou boa da cabeça, não estou, não. 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

terceiro dia da mãe (update)




 depois de um registo zangado e lamechas, ficam aqui algumas fotografias do dia da mãe para animar mais este tema.

a primeira foi na escola, na festa do dia da mãe, onde estivemos a fazer saquinhos de chá de ervas e recebemos de presente um livro de receitas para acompanhar os lanches de chá em casa. ah, e um postal adorável, com uma fotografia. 

as outras fotografias são na quinta onde passámos o fim-de-semana e sim, estamos de igual de propósito. era suposto o pai ter tirado o casado e não se verem as almofadas verdes, mas não se pode ter tudo.

lado a lado #2



aos 4 meses o francisco pesa o mesmo que o joão pesava aos 6 meses. comprova-se assim a evidência que este bebé é mais composto, mais bolinha, tem refegos, coisa nunca antes vista nesta casa e que muito me faz feliz.
o francisco usa roupa com tamanho adequado à idade, outra coisa inédita nesta casa.
o joão era muito simpático, mas este parece ainda mais. sorri muito e honestamente, sempre que falam com ele. 
o joão era mais sossegado, dormia melhor e refilava muitoooo menos. o francisco faz birra para adormecer, chora mesmo a sério e demora a relaxar, mas também consegue adormecer sozinho muitas vezes.
o joão já tinha olhos de azeitona e o cabelo escuro. o francisco é mesmo mais russo que o irmão, as sobrancelhas são clarinhas, os olhos parecem esverdeados e o cabelo a puxar ao ruivo.
acho que estão a ficar parecidos.

terça-feira, 12 de maio de 2015

18/52

 "a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão: a preparar a surpresa do dia da mãe na escola. 
não se aguenta esta cara de malandro...


"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
francisco: adoro tudo nesta fotografia. 
a roupa amarela, a expressão dele, a cara redonda. adoro este miúdo!

17/52

"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão: bochechas boas a ver desenhos animados. adoro este narizinho...


"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
francisco: cara de pachá com as sobrancelhas franzidas tal qual o seu paizinho

16/52

"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão e francisco: numa manhã de loucura na cama dos pais. é de notar a cara de pânico (?) do francisco e a cara de alegria (?) do irmão

15/52

 "a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão: a disparatar com o esparguete em casa do avô. 

"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
francisco: belo adormecido

14/52



"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015."
joão: explorador na serra da malcata

"a portrait of my children, once a week, every week, in 2015.
francisco: em modo panda assustado

4M






+ palra imenso, muito alto, parece que está a conversar ou a cantar;
+ sorri abertamente para quem fala com ele;
+ já se aguenta bem de barriga para baixo, com a cabeça empinada;
+ põe sofregamente as mãos na boça, de tal maneira que às vezes engasga-se. não sei se não andará por aí um dente malandro;
+ continua a mamar e nunca experimentou um biberão;
+ descobri que tem as orelhas diferentes, na zona dos lóbulos. nem sabia que tal era possível...
+ está um buda redondinho;
+ os olhos ainda são cinzentos, mas a puxar ao esverdeado;
+ assusta-se com frequência, muitas vezes com as investidas do irmão quando está a mamar;
+ curiosamente faz intervalos maiores durante o dia. tenho mesmo que lhe explicar que à noite é que é fixe dormir mais de seis horas!
+ já tirou o cartão do cidadão;
+ faz sucesso por onde passa e a frase mais ouvida é :'está tão gordinho.', o que me leva a pensar no que é que estas pessoas diriam se visse um ou dois bebés que eu cá sei.

ps: logo a seguir a estas fotografias fez um cocó gigante e sujou o fato novo, bahhh
ps2: as fotos estão uma treta porque estavámos prestes a sair de casa para ir de fim de semana.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

terceiro dia da mãe

depois do espírito tão altruísta do ano passado, este ano baixou em mim a carência afectiva e a falta de mimo.

continuo a ter a certeza que não gosto mais dos meus filhos neste dia, gosto todos os dias, mais um bocadinho. excepto quando há cocós nas cuecas ou tenho que acordar duas vezes à noite para dar de mamar, aí volto um bocadinho atrás.

mas este ano sinto-me pequenina, talvez seja mesmo só do tempo estúpido e chuvoso. talvez seja. mas honestamente ontem queria mais beijinhos, mais abraços e palavras especiais, que me trouxessem o sol que não se viu, que me tirassem as insónias e que não me fizessem adormecer triste. 

não são presentes, esses disse que não queria e continuo a dizer. mas um torrada com manteiga de manhã, uma flor do jardim em frente a casa, um 'deixa estar que eu arrumo a cozinha' ou 'obrigada mãe dos meus filhos' tinha sido perfeito. tudo pelo pai, claro, que os bezerros ainda não sabem ao que andam. mais tarde cobro deles.

vamos ver se me safo hoje na escola.