quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

choro ofendido

não sei bem de onde tirei esta, acho que foi de ouvir outras mães, dos filmes, enfim , deste mundo sem fim de informação útil, mas ontem tenho a certeza que o meu filho (ainda não me habituei a dizer isto, meu filho, soa muito pesado, faz-me mais velha e responsável de uma maneira que não imaginava) chorou um choro ofendido.
com soluços, mini-soluços que me desarmaram de uma maneira incrível {o que me deixou surpreendida, porque tenho sido uma dura}, com beicinho {com este posso eu bem, porque tem um carimbo de estou-a-dar-te-baile}, com lágrimas {estas podem ser reais ou não, avalio caso a caso}, com a cara muito vermelha, o que fez com que a temperatura subisse logo e a manta voasse. acabou por adormecer knockout no meu peito, na calmaria do nosso quarto.
já percebi que este é o porto de abrigo para as situações mais dramáticas e que requerem cabeça fria e todo o conforto possível. é aqui que ele relaxa nas {poucas} crises de cólicas, é aqui que lhe damos banho e ele adora, é aqui que o acalmamos e conseguimos pôr a dormir quando as birras são maiores. tenho a certeza que ele se sente bem e amado. e ainda bem que existe este sítio.
mas este post vem também a propósito da desconsideração do pai por este tipo de choro. quando lhe disse que era um choro ofendido, ficou incrédulo, levou a mal, desvalorizou completamente a minha intuição. eu que passo 24h por dia com o bezerro. eu que conheço como ninguém todos os milímetros daquela mini-pessoa, eu que identifico cada choro, cada expressão, cada movimento. deves... fiz a cara nº2 e mandei-o sair do quarto. precisava de acalmar o meu filho e queria fazê-lo sozinha, sem ter energias negativas a minar o ambiente.
hoje de manhã tinha o marido de volta, veio ter comigo e voltámos a ser nós. às vezes é preciso ser ainda mais dura, para bem da família toda.