segunda-feira, 31 de agosto de 2015

tão balalão


um bebé feliz a andar de baloiço.
o mano estava tão entusiasmado a empurrá-lo que levou vários encontrões do próprio baloiço e ficou ofendido. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

2 ou 3

após o nascimento do francisco, ainda na maternidade, uma das enfermeiras perguntou quando é que tinhamos a menina, como que a assumir que estavámos desgostosos por ter o segundo rapaz. erro número um! eu estava (e estou) feliz da vida por ter dois rapazes.
ainda hoje sempre que digo que tenho dois rapazes dizem prontamente 'a seguir vem a menina', sabem lá eles o que nós queremos.
por outro lado, por muito bem que o parto tenha corrido bem, e este correu mais que bem, não se fazem perguntas destas quando ainda estamos em fase de apaixonamento, quando ainda estamos a cair da lua e a perceber que sim, temos um bebé novo nos braços. erro número dois.

independemente disto, piadas à parte, dizia, quase sempre por brincadeira, que gostava de ter três rapazes. claramente por influência da minha mãe, que tem três filhos e da minha tia, que teve três filhos também, três rapazes. foi o número de filhos com que cresci, o número de crianças a que me habituei e com o qual a minha família é o que é hoje. somos seis adultos unidos, muito unidos, seis primos-irmãos. 
depois nunca gostei de números pares. não sei explicar, mas sempre tive tendência para desempatar as coisas, de achar que pares são certinhos de mais e eu queria era ser rebelde e não ter o equilíbrio das coisas que se podem dividir em partes iguais. 
se pensasse em apenas dois filhos, seriam sempre dois rapazes. a ideia de ter um rapaz e uma rapariga, o típico, estereotipado e desejado casalinho, fazia-me deitar a língua de fora. 

fui crescendo e fui mantendo estas ideias. em relação a nomes só tinha a certeza que teria um filho joão.

hoje tenho dois filhos. um joão. um francisco. que engraçado. nunca pensei ter um filho chamado francisco, apesar de só querer rapazes...

hoje continuo a ter a certeza que quero outro filho. rapaz ou rapariga tanto faz. 
mas às vezes penso que o francisco é o meu último bebé, que é o último gordinho da minha vida, que não vou estar grávida novamente, ver a barriga crescer, que não vou ter outro parto, que não vou sentir esta paixão assolapada por um mini-ser novamente. e quando estes pensamentos ocorrem, a minha reacção é mandá-los para trás rapidamente, recusá-los, não deixar que se enraizem. porque, na minha cabeça, não consigo conceber o fim deste ciclo que é engravidar e ter um bebé, não consigo assumir que a nossa família pode ficar por aqui, neste número quatro. porque, na minha cabeça, sinto que serei mãe de três. sinto-o e quero-o, muito. 

há dias em que tenho a certeza que terei outro filho e fico serena nessa certeza. noutros dias, mais fechados e cinzentos, já não tenho essa certeza. saber que o pai também gosta desta ideia louca, dá-me esperança. respiro fundo e penso 'calma, é um bebé de cada vez. agora tenho este'. estas palavras dão-me algum oxigénio.

nas últimas semanas estas ideias têm sido mais recorrentes e sei que é porque o francisco está a crescer, a fazer-se à vida. já não é bebé-bebé, já se senta e quase gatinha. não tarda deixa de mamar e aí, sim, corta-se o último elo de bebé. 
a biologia é tramada.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

gosto tanto de ti, miúdo





este miúdo dá luta, mas também me dá amor, conforto, abraços e festinhas.
este miúdo desafia-me, mas faz-me ser melhor. tira-me do sério, mas enche-me o coração.

gosto tanto de ti, miúdo.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

[o melhor do meu dia]

ouvir o mano mais velho chamar 'meu amor' ao mano mais novo, enquanto lhe dá beijinhos nos pés,
o mesmo mano mais velho que pede um brinquedo do manos mais novo para adormecer.

7M












+ senta-se;
+ ainda não tem dentes;
+ estica os braços para me abraçar, agarrar os cabelos ou qualquer coisa que tenha pendurada ao pescoço ou nas orelhas;
+ ri-se muito, continua um bebé muito bem disposto, curioso e feliz;
+ já está na escola;
+ põe-se de gatas e balança para trás e para a frente;
+ já se senta na cadeira de papa para comer e para nos fazer companhia;
+ come sopa e fruta ao almoço e jantar e papa ao lanche, mas ainda mama de manhã e à noite. e quando lhe apetece...
+ veste roupa para a idade dele, coisa nunca vista no irmão antes dos 18 meses;
+ às vezes, à noite, adormece sozinho na cama sem ai nem ui, outras vezes quer colo e mimo;
+ entretém-se sozinho durante algum tempo com os brinquedos.

ps: o fato amarelo foi tricotado pela avó a. está maravilhoso.

três em um

um dia, três situações deliciosas.
isto aconteceu tudo no mesmo dia, há cerca de três semanas.

 + pilhas da televisão
queria ver desenhos animado, como sempre ao final do dia. resolvi inovar e disse que a televisão estava estragada, sem pilhas. aceitou e foi brincar.
mesmo antes de jantar, enquanto andava atarefada a preparar tudo, resolvi que a televisão já tinha pilhas para funcionar. disse-lhe, depois de mais um pedido, e ele abraçou-se a mim e disse 'obrigada, mãe, obrigada.' e começou aos pulos, feliz da vida.

+ praia na banheira
ultimamente quer tomar banho na banheira do irmão, a mesma banheira cor-de-laranja onde eu e os meus irmãos tomámos banho. tenho deixado que fique entretido a brincar e fico atenta aos barulhos e às conversas com os animais e os barcos. 
estava na cozinha a preparar o jantar quando deixei de o ouvir. fui, confesso que um pouco aflita, ver o que se passava. chego à casa-de-banho e apanho-o deitado na dita banheira, submerso quase na totalidade, de barriga para cima, pernas encolhidas e olhos fechados.
- 'joão, o que estás a fazer?
- estou na praia, mãe. podes ir.'

+ bolo em vez da chucha
fizémos um bolo para ele levar para o piquenique da escola. quis comer mais bolo antes de jantar e eu disse-lhe claramente que não. às tantas a insistência foi tanta que resolvi testá-lo.
- 'joão, se comeres mais bolo agora não vai haver chucha.
- está bem.
- estás a perceber o que estou a dizer?
- sim.
- então, queres o bolo ou a chucha?
- bolho.
- tens a certeza? olha que não há chucha...
- está bem.'
e assim foi, deixei-o comer mais bolo e guardei a chucha.
quando chegou a hora de deitar, perguntou por ela. reagiu logo a chorar e estive mais de 10 minutos a relembrar o que tinhamos combinado. entre lágrimas, só pedia a chucha. custou-lhe muito admitir o que tinha escolhido, mas depois da minha insistência e da pergunta clara, ele acabou por admitir que tinha escolhido a chucha. 
e eu dei-lha. foi tão valente.


e assim tenho aqui um rapaz, decidido e amoroso.
estamos no bom caminho.

alguém pensa o mesmo que eu sobre querer ter filhos rapazes

«(...) Nunca fui Maria Rapaz, não era o cor-de-rosa em atrofio que ansiava pela gestação de um macho, não era o histerismo pontual que me atirava para a conquista de um espaço mais azul, não era a falta de amor que pedia ao meu universo que se pontuasse com alguma masculinidade. Era a sensação pragmática de que havia um hemisfério a precisar da versão mais simples do ser mulher. Era um excesso de rímel traçado sobre as decisões, era muito salto alto, quando a vida pedia pé no chão.»
Isabel Saldanha in Maria Capaz

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

mali

joão olha para a sala sem tapetes, que o pai tinha estado a aspirar, e pergunta muito indignado: 'quem arrumou isto tudo 'mali'?!?
desde 2012 a zelar pela nossa casa.

boa semana. 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

boa noite, durmam tudo

hoje percebi que uma das minha 'tarefas' preferidas de mãe é ir dar-lhes um beijo de boa noite antes de me ir deitar. 
é a última coisa que faço antes de ir para a cama, todos os dias, sempre, sem falhas. acho que é um dos actos de afecto mais bonitos e carinhosos que podemos ter com os nossos filhos, tapá-los, aconchegá-los, pôr o boneco preferido mais perto ou posicionar melhor a almofada. e dar um beijo naquelas bochechas mornas e suaves, ouvi-los respirar, serenos, imaginar-lhes os sonhos e desejar, do fundo do coração, que durmam bem, que durmam tudo. 

a preparar as vindimas




hoje começam as vindimas. 
vão ser mais ou menos dois meses exigentes, desafiantes no mínimo, de mãe solteira.
espero ter capacidade e serenidade para os atravessar sem (grandes) sobressaltos, com poucos gritos, sem palmadas ou castigos, com muitas gargalhadas, toneladas de mimo e centenas de momentos especiais. 

ontem fomos fazer uma espécie de despedida do pai-disponível. fomos aos parque dos piratas e jantamos pizzas. 

lá para outubro podemos repetir. 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

life with the third child


If you've come here in a moment of indecision and want to find an answer to your should we/shouldn't we dilemma, I'll be frank with you: the third child is pure joy.

I had so many reservations about having a third child and at every available opportunity I would ask mothers-of-three what it was really like. I blogged about it and received an overwhelming response and then I spent another few months working through my worries and letting go of my fears. I always knew that the leap from two to three would be a big one, based largely on the fact that Daniel and I were going to be outnumbered. And on days when the washing pile was daunting and my work emails were out of hand I was adamant that I was done with babies - fleeting, obviously.

Percy is now five months old, I'm officially back to work and the house is plodding along nicely. And while I could tell you about just how busy life with three is I would be lying if I didn't mention that it's good - really, really good. Regardless of thework of motherhood there are moments like this that tug at the heart and plant themselves firmly in my mind; beautiful memories made.

I'm not alone in thinking this, either. I had coffee with friends last week and three of us sat there bouncing a third-born on our lap. We spoke of the postpartum body, sleepless nights, tiredness, washing - all that stuff. But then we agreed that the angst we experienced in early motherhood didn't make an appearance with the third child. There's an element of calm that accompanies the third baby; you know just how fleeting babyhood is so you allow yourself the time and the space to soak it all in. You're also well-trained at turning a blind eye to the intricacies of housework and more willing to embrace the fact that good is good enough. As for the exhaustion - you're well and truly accustomed to it third time around.

But I'm all for complete honesty so here's a few things to consider if you are contemplating a third child:

> invest in a washing machine with a super quick cycle. I recently upgraded to an 8kg frontloader and it has both a 15min and 30min cycle. It has made the humdrum of washing so much quicker and easier. And yes, the amount of washing is unbelievable.

> declutter while you're pregnant. It's not everyone's priority but if you can embrace the attention to detail that accompanies your nesting inclinations, do so - it makes home life that much easier once baby is here. Basically, find a place for everything and put everything in its place.

> prepare meals in advance and remember that breakfast for dinner is always a good option.

> acknowledge that the first few months will be as beautiful as they are challenging; that phase of adjustment can be tricky. Be patient, take it one day at a time.

> drink coffee.

> embrace the crazy and know that there will be many, many times when all three children are whinging/crying at once. In this instance, laugh at the madness or cry along with them.

já enviei este texto ao marido para ele pensar no assunto com carinho.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

1ª semana longe de mim

na semana passada o joão ficou com os avós paternos. uma semana inteira, sim, pela primeira vez. 
já tinha ficado longe de mimum fim-de-semana no primeiro ano, depois meia semana no segundo ano e desta feita, por insistência do pai - que diga-se usou a minha sensibilidade hormonal, que só tenho quando quero, também é verdade.
ele puxou do argumento do meu regresso ao trabalho - sim, passados 8 meses, voltei (assunto para mais tarde falar), juntou-lhe a entrada do mini na escola, do tempo para nos organizarmos e da necessidade alérgica do miúdo fazer praia. sim, tem, aliás teve razão, era o que fazia sentido.

quando o deixámos no domingo, achei que ia fazer um drama, ele, não eu e foi um bocado ao contrário. ele ficou sossegado ao colo da avó e eu comecei a chorar por trás dos óculos escuros. estava meio apreensivo mas não fez fita. um orgulho!

passou lindamente a semana, sempre que falava ao telefone com o pai perguntava logo por mim e pelo irmão e os relatórios diários foram relativamente completos.

a semana passou a correr, de repente não fizemos nada do que tínhamos planeado, como ir ao cinema e ir jantar fora... que galo! o pai estava mal do estômago e da garganta e o mini apanhou uma gastroentrite logo na 4ªfeira. argh... já tinha escolhido o filme e o restaurante e nada de nada.

só no sábado tive 'autorização' para ir comer fora e só no nesse dia fizemos alguma coisa de útil lá em casa. deu um acesso de dona-de-casa ao pai e toca de arrumar e despachar os últimos caixotes e fazer as últimas mudanças. e eu a pensar que ia a correr buscar o tuca, toma lá, que vais acartar uma cómoda pelas escadas acima!

bom, no domingo lá fomos e eu estava ansiosa, confesso, muito ansiosa para ver a reacção do joão.
quando me viu abriu os olhos, sorriu, começou a correr para mim de braços abertos, lançou-se para o meu colo e agarrou-me com força. cheirou-me, olhou-me, voltou-me a agarrar e a olhar. parecia que estava a verificar se era mesmo eu. aninhou-se no meu pescoço e deixou-se ficar. assim, calmo, sereno mas muito feliz. e eu senti-me a pessoa mais importante e feliz deste mundo e de todos os outros mundos. foi das melhores, mais fortes e mais compensadoras sensações que tive. 
não chorei. consegui absorver tudo e guardar para sempre.

o mini quando viu o irmão ficou de olhos arregalados, a ver o nosso reencontro e a sorrir. diz o pai, porque eu só tinha olhos para o joão. 

o que concluo desta experiência é que o ditado popular 'longe da vista, longe do coração' é extremamente verdadeiro.


terça-feira, 4 de agosto de 2015

empatia

Tell us about that first concept: Using language choice to teach empathy.
“The first thing that is crucial to remember when teaching empathy is that our children are mirroring us. The kind of language we use is so important. How do you describe others? Are you understanding or judgmental? Tolerant or shaming? These are all things children are copying. Talking badly about others in front of kids and saying things like ‘She is mean,’ ‘He is selfish,’ ‘She is so annoying’ is not empathic language because it isn’t recognizing the emotions behind the action—it’s labeling. In Denmark, you almost never hear parents talking negatively about other children in front of their children. They are always trying to find ways to get their children to understand another child’s behavior without a negative label. If you remember that all children are fundamentally good and there is a reason behind all behaviors, this helps us naturally find the good in others. This makes us feel better because it teaches ‘reframing’—another Danish Way concept that improves happiness. We can help our children find the reasons behind the labels ‘He is annoying? Do you think maybe he is hungry? Or could he be tired because he missed his nap? You know how it feels be to be hungry and tired, right?’ ‘She is mean? It sounds like she had a bad day at school. The other day you said she was sweet. She is actually sweet, right?’ Helping children understand the feelings behind behaviors and leading them to a kinder conclusion is teaching empathy. It operates on the same neural pathway as forgiveness and it fosters more trust, cooperation, and a much better sibling relationship if you have more than one child. And don’t forget that parents have to have empathy for themselves sometimes, too. Parenting is hard and we don’t always get it right and that’s ok. Being understanding and forgiving of ourselves makes us better at forgiving our children and others.”
Explain the concept of self-regulation.
“Before we can be good at recognizing the emotions of others, we have to be able to understand our own emotions. Parents sometimes tell children what they think they should or shouldn’t feel. They override them. If they are sad, angry, hungry, cold, or upset, some parents tell them ‘No, you aren’t,’ ‘Don’t be sad,’ ‘You have no reason to be angry,’ ‘You should be hungry, eat!’ Telling children how they should feel is not letting them learn to self-regulate their own feelings. As parents, we have to give our children trust so that they can learn about their own emotional boundaries. This builds a stronger sense of self, which is paramount to self-esteem down the road. When they are older they will be less afraid to say ‘no’ when their boundaries are pushed because they will trust themselves to make the right decision based on what they feel. This is such an important lesson to teach children. We can help them with the language use, but we need to trust them so they can trust themselves. Remember, there are no good or bad emotions. There are just emotions.”
Finally, what kind of stories can we read our children to help teach empathy?“Read all kinds of stories to children, not only happy ones. Talking about difficult emotions in books can be a fantastic way to build empathy. Many Danish children’s books are shocking by American standards with the topics they cover, but studies have shown that reading about all emotions increases a child’s ability to empathize. The original Little Mermaid, which is a Danish story, doesn’t get the prince in the end, but rather dies of sadness and turns into sea foam. That opens up quite a different kind of discussion! But it is incredible how receptive children are. They want to talk about all kinds of things. It seems to be more difficult for adults sometimes than for children. Remember, they are mirroring our discomfort. If we talk about life’s peaks and valleys in a non-dramatic way, our children will be more resilient in the long run. Books are a great way to teach empathy.”