quando voltas a um sítio onde tinhas medo de voltar por causa das memórias, mas o que recebes é tão maior.
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domingo, 3 de setembro de 2017
voltar onde se tem medo
quando voltas a um sítio onde tinhas medo de voltar por causa das memórias, mas o que recebes é tão maior.
quinta-feira, 27 de abril de 2017
trem bala
não é sobre ter
todas as pessoas do mundo pra si
é sobre saber que em algum lugar
alguém zela por ti
é sobre cantar e poder escutar
mais do que a própria voz
é sobre dançar na chuva de vida
que cai sobre nós
é saber se sentir infinito
num universo tão vasto e bonito
é saber sonhar
e, então, fazer valer a pena cada verso
daquele poema sobre acreditar
não é sobre chegar no topo do mundo
e saber que venceu
é sobre escalar e sentir
que o caminho te fortaleceu
é sobre ser abrigo
e também ter morada em outros corações
e assim ter amigos contigo
em todas as situações
a gente não pode ter tudo
qual seria a graça do mundo se fosse assim?
por isso, eu prefiro sorrisos
e os presentes que a vida trouxe
p´ra perto de mim
não é sobre tudo que o teu dinheiro
é capaz de comprar
e sim sobre cada momento
sorriso a se compartilhar
também não é sobre correr
contra o tempo pra ter sempre mais
porque quando menos se espera
a vida já ficou p'ra trás
segura teu filho no colo
sorria e abrace teus pais
enquanto estão aqui
que a vida é trem-bala, parceiro
e a gente é só passageiro prestes a partir
quarta-feira, 26 de abril de 2017
'cucudilu'
remonta ao carnaval mas encontrei esta fotografia enviada pela escola e apeteceu-me pô-la aqui para animar esta 4ªfeira que está cinzenta e com sabor a 2ªfeira.
quarta-feira, 5 de abril de 2017
o fio que nos une
um dia destes, ao acordar, o joão começou a falar sobre a morte. já não me lembro porquê, volta e meia ele diz que o avô está 'morro' (morto) mas nem é assunto recorrente cá em casa.
nessa manhã, disse várias vezes que não queria morrer, com a expressão triste+assustada, e eu senti, talvez pela primeira vez, que não o podia ajudar, aliás, que era um assunto sobre o qual eu não tinha poder de decisão e fiquei pequenina.
tentei amenizar os sentimentos dele, dizendo que não ia acontecer agora nem tão cedo, que ia demorar muito tempo, que ainda temos muitas coisas para fazer, muitos mergulhos para dar, muitos gelados para comer, etc. não pude mentir quando me perguntou se eu ia morrer, não lhe posso mentir sobre isto, e novamente tentei adiar a data deste acontecimento.
e lembrei-me da primeira vez que uma criança me abordou sobre a morte e eu expliquei-lhe todas as coisas que ela tinha que fazer antes de morrer: cheguei rapidamente à idade adulta e depois comecei a inventar tudo e mais alguma coisa para atrasar a velhice, a altura supostamente mais ideal ou mais natural para morrermos. querida mecas, ao que tu me abrigas, miúda...
há dois dias, nos mimos da hora de deitar, a conversa surgiu novamente. não queria morrer, queria ficar comigo para sempre.
eu consegui responder:
- meu amor, eu vou estar sempre contigo, sabes porquê? porque tu estás sempre, sempre no meu coração.
- e o tito, mãe?
- o tito também está sempre no meu coração.
- e o pai também. estamos todos no coração. eu estou no coração da mãe, o tito está no meu coração e no do pai. estamos todos no coração. temos um fio. temos um fio que nos liga e por isso estamos sempre juntos, sempre, sempre.
- isso, é mesmo isso. temos um fio que nos liga e por isso estamos sempre, sempre juntos.
derreti de amor pela alusão que ele fez, percebeu perfeitamente o que eu lhe quis dizer e isso sossegou-o. e sossegou-me também.
e agora, sempre que ele tiver medo de alguma coisa, posso lembrá-lo do fio que nos une e que nos vai unir sempre.
terça-feira, 7 de março de 2017
pardalito madrugador
acordei ainda era de noite. falta de espaço, a cama que era de dois multiplicou os ocupantes devido a cenas várias que incluiram pesadelos, pedidos para xixi e preguiça dos pais.
achava eu que tinha pelo menos meia hopra até o pardalito dar pela minha falta, quando ouço a luz do quarto deles a acender. vou lá e vejo o dito pardalito a atirar a chucha para a sua cama e a voltar todo decidido. deu pela minha falta na cama.
passado pouco tempo estavamos os dois à janela, a olhar para o dia que acabara de nascer, numa luz que anunciava um dia mais quente e limpo.
ele observou tudo. viu os aviões -'gaaandes' e 'caninos', viu os carros, os 'paxaínhus', 'o métu não' - pois, ainda é cedo para o metro. disse que era o 'fancicu lópiss', fez as melhores e mais apetitosas caras e eu só queria congelar estes minutos para sempre. quis - novamente!- ter uma máquina de filmar incorporada dentro de mim para isto não se perder nunca. e pensei: é mesmo isto! é para isto que somos pais! para estarmos às sete e pouco da manhã, à janela a ver o dia nascer, com o nosso filho de dois anos a conversar sobre tudo e sobre nada. é mesmo isto!... desejei nunca mais sair dali, daquelas duas cadeiras.
entretanto apareceu o outro ninja, com um olho aberto e outro fechado, com penteado de almofada e o pardalito olha para ele e diz: 'xôdadis tuas, xuão.' e faz-lhe uma festa na cara.
pronto, cascatas de nutella em cima do bolo, perfeito, perfeito, perfeito!
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
tirada #14
- mãe, posso dormir na tua cama? posso?
- hum... podes.
- yessss! (abraça-se a mim) és a mãe mais melhor de todas.
- hum... podes.
- yessss! (abraça-se a mim) és a mãe mais melhor de todas.
sábado, 9 de julho de 2016
está calor? não dei por ele
festa de anos de manhã de uma míuda gira + despachar os três rapazes para os sogros + trabalhar a tarde toda = saudades deles!
e a minha nova fotografia preferida do joão. mostra tanto do que ele é: feliz, bem disposto, enérgico.
sexta-feira, 3 de junho de 2016
it all means something
e assim, sem contar, estávamos ali as três. nós que em seis meses perdemos uma filha e dois pais. cada uma de nós com a sua dor, cada uma a fazer das tripas coração para viver, para rir, para estar, às vezes para respirar.
qual é a probabilidade disto acontecer?
obrigada a vocês duas, por serem um exemplo de tudo o que é bom e forte.
"pay attention to everything and everyone. today is today, tomorrow may never come and we have to please ourselves and love. in a glance, it all means nothing and it all means something"
benjamim clementine
quinta-feira, 19 de maio de 2016
ms804
como o principal (e talvez) único propósito deste blog é registar a infância dos meus filhos para mais tarde eles saberem o que aconteceu e que não, os pais não são malucos e até gostam bastante deles, esta sigla que aparece no título tem que ficar aqui gravada.
(e vou fazer batota e postar para trás, para ela ficar gravada no dia certo - 19 maio 2016.)
por isso aqui ficam umas palavras para os meus filhos, em nome do meu pai:
meus queridos netos,
o mais importante que vos posso dizer é que vos amo. e que amo a vossa mãe, os vossos tios e primos.
sejam honestos, correctos e leais.
brinquem muito, mas cumpram com as vossas obrigações.
esforcem-se sempre, dêem o vosso melhor e nunca se contentem com o segundo lugar, pois serão os primeiros a perder.
ouçam música e dancem, seja rock a imitar o guitarrista com a língua de fora, seja beach boys ou nat king cole em viagens de carro, seja kuduro no casamento da vossa filha.
leiam, muito. sobre todos os temas, de preferência num alpendre do alentejo e não nos aviões, como eu.
comam camarão com as mãos.
joguem ténis... ou golfe, quando forem mais velhos.
vão a áfrica com a vossa mãe ver o pôr-do-sol na savana, os elefantes e leões no sítio certo.
e o mais importante novamente: digam e mostrem que amam os vossos pais, irmãos, família e amigos.
avô joão
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
é josé mas podia ser francisco
«Calculei o norte, fiei-me na sorte, dei uma de forte e fui
Contornei os velhos, contra e conselhos, cantos e canteiros fui
Descobrir o mundo ao fundo do jardim.
Desenhei um mapa, fiz dum pano a capa, fiz planos utópicos
Ao sabor dos ventos e dos mantimentos, em coca-cola e mentos, fui
Aos confins do mundo, ao fundo do jardim.
Desbravando mato, traçando o trajecto onde aponta o carapim,
Piquei-me num cacto, pisei rabo de gato, perdi-me pelo capim.
Vi o fim do mundo no portão do fundo, defendi a vida a pau,
Fugi dum insecto, pisei um dejeto, passei perto de um lacrau
Foi assim que eu vi, do mundo, os seus confins.
Só me resta a astúcia dum cão de pelúcia enquanto o sol desaparece,
E um Action Force que em código morse enviou um SOS,
Descobri a custo o fim do mundo assim.
Até que um rugido muito enfurecido fez tremer todo o jardim.
Será que é ciclone, algum dragão com fome ou bicho muito mais ruim?
Era a voz da minha mãe a perguntar por mim.»
josé by miguel araújo
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
domingo, 6 de dezembro de 2015
na festa dos três anos realizei um sonho
ao ter dois filhos nascidos no inverno, fiquei preocupada com as festas de anos. eu que sempre sonhei fazer festas de anos no jardim, toalha estendida, bolos lindos, pormenores de 'joaninha' como diz o marido, como é que posso fazer isso com filhos de inverno?
este ano, consegui. os três anos do joão vão ficar para sempre gravados no meu coração como o ano em que consegui fazer uma festa no jardim. no dia 28 de novembro. 28. de. novembro!
quase 20ºC, um sol baixo mas bom, miúdos felizes a correr livres, toalha no chão, bolo com gomas e muita risada. o joão estava na lua, com tanta atenção e dedicação da família e amigos mais próximos.
só convidou dois colegas da escola, que não puderam vir, vieram duas colegas que o tinha convidado e eram, a bem da verdade, as suas companheiras e mais os primos rapazes e os melhores amigos-família. 'casa' cheia portanto.
uma hora depois da hora marcada ainda ninguém tinha aparecido e estava a ficar 'preocupada' porque o joão perguntava pelos amigos, mas depois toda a gente chegou, eles correram e suaram, riscaram com giz o chão, rebolaram na relva, beberam capri sone, comeram quilos de gomas, riram muito, brigaram um pouco e fomos todos felizes.
obrigada a todos pela vossa amizade.
ps: assim que recebeu a camisola do faísca, vestiu-a logo e toca de ir arranjar as árvores com as ferramentas.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
san francisco
quando vejo as fotografias que o amigo mais especial que temos me enviou, numa pasta chamada san francisco, várias coisas me passam pela cabeça:
1ª) são das raríssimas fotografias a quatro que temos, talvez as primeiras. são de 8 de fevereiro;
1ª) o francisco era (é) um bebé adorável, a expressão nesta fotografia é de se comer à colher;
3ª) o joão ainda era bebé aqui. agora está um rapazinho meigo mas também grumpy;
4ª) é estranho ver-me de cabelo comprido;
5ª) estamos quase a vestir camisolas de lã novamente;
6ª) o francisco está adorável... ah já disse;
7ª) o joão ainda deixava vestir jardineiras;
8ª) quero outro bebé! estas roupas põe-me o coração aos saltos!
9ª) obrigada!
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
num domingo de setembro
.
comprei estas jardineiras para o joão, na esperança de os ver de igual o verão todo. vestiu-as uma única vez, com muita birra. desta vez pedi-lhe para as vestir APENAS para tirar umas fotografias. ele acedeu e colaborou. a seguir despiu-as e voltaram para o armário. pode ser que daqui a dois anos, alguém goste delas.
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
carta ao joão
meu querido joão,
esta carta serve para te explicar algumas coisas que eu quero deixar escritas agora, para tu leres mais tarde. algumas destas coisas já te disse mas quero mesmo que as saibas daqui a uns anos e que nunca te esqueças delas.
estes dois meses foram difíceis, diria mesmo que alguns dias foram muito duros, principalmente para ti e para mim. a verdade crua, meu querido, é que estou cansada, quase esgotei a bateria, a física e a emocional nesta coisa que é exercer a maternidade a solo.
como sabes o pai faz vinho e todos os anos por esta altura enche-se de horários loucos, centenas de quilómetros portugal acima e portugal abaixo, noites fora, viagens de avião e dias inteiros fora, sem fins-de-semana. são mais de dois meses de agitação e desafios. para ele também, porque cada vez é melhor naquilo que faz, o que me deixa orgulhosa. também vais sentir isso daqui a uns anos, aliás já o demonstras bem quando dizes que queres ir para o trabalho do pai fazer vinho. ele precisa saber disso, joão, precisa de saber que nós o apoiamos e que gostamos mais dele ainda.
mas tudo o resto fica comigo. as refeições, as boleias, as intermináveis pilhas de roupa e de loiça, a natação e a escola, as birras, os banhos, as reuniões de pais, as asneiras, as brigas. é uma gestão emocional brutal, e eu, que até aqui tinha levado as vindimas pacificamente, nesta 11ª edição cedi. e ao ceder, não tenho a mínima vergonha de o admitir, quem levou por tabela foste tu. tu que já falas e sentes e reclamas. tu que já és uma mini-pessoa. e às vezes eu esqueço-me disso e faço algumas coisas que não devia fazer. porque tu já percebes tudo e ficas zangado comigo.
quero pedir-te desculpa pelas palmadas que te dei, a mão foi mais rápida que a minha cabeça e eu precisava de deitar a frustração cá para fora. 'não se bate, mãe' dizes tu com um ar muito sério. tens razão, joão, não se bate. e a mãe bateu-te mais do que queria, as quatro ou cinco palmadas que levaste pelos pulos do sofá ou pelos empurrões ao teu irmão são sempre a mais.
ontem na escola ficaste a pensar na vida, sentado num banco, a versão moderna dos castigos, porque bateste nuns quantos colegas com os carros. e fizeste xixi nas cuecas duas vezes. isto para mim, ao ver-te chorar quando me viste a chegar à escola, foi um aviso, daqueles sonoros e luminosos que não conseguimos mesmo ignorar.
precisas de mimo, precisas de colo, precisas de mim e do pai. e também precisas do mano, eu sei, porque assim que te levantas da cama vais espreitar a cama dele.
vou-me esforçar ainda mais, vou-te abraçar mais ainda, dar-te mais beijos, berrar baixo e não ameaçar. quero levar-te na boa, sem tensão, com muita cumplicidade e empatia.
nunca te esqueças que, tal como na fotografia, vou olhar sempre por ti e para ti, sempre, mais infinto e mais além.*
* - agora andas na fase do buzz lightyear, por isso é uma piada de agora.
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
2 ou 3
após o nascimento do francisco, ainda na maternidade, uma das enfermeiras perguntou quando é que tinhamos a menina, como que a assumir que estavámos desgostosos por ter o segundo rapaz. erro número um! eu estava (e estou) feliz da vida por ter dois rapazes.
ainda hoje sempre que digo que tenho dois rapazes dizem prontamente 'a seguir vem a menina', sabem lá eles o que nós queremos.
por outro lado, por muito bem que o parto tenha corrido bem, e este correu mais que bem, não se fazem perguntas destas quando ainda estamos em fase de apaixonamento, quando ainda estamos a cair da lua e a perceber que sim, temos um bebé novo nos braços. erro número dois.
independemente disto, piadas à parte, dizia, quase sempre por brincadeira, que gostava de ter três rapazes. claramente por influência da minha mãe, que tem três filhos e da minha tia, que teve três filhos também, três rapazes. foi o número de filhos com que cresci, o número de crianças a que me habituei e com o qual a minha família é o que é hoje. somos seis adultos unidos, muito unidos, seis primos-irmãos.
depois nunca gostei de números pares. não sei explicar, mas sempre tive tendência para desempatar as coisas, de achar que pares são certinhos de mais e eu queria era ser rebelde e não ter o equilíbrio das coisas que se podem dividir em partes iguais.
se pensasse em apenas dois filhos, seriam sempre dois rapazes. a ideia de ter um rapaz e uma rapariga, o típico, estereotipado e desejado casalinho, fazia-me deitar a língua de fora.
fui crescendo e fui mantendo estas ideias. em relação a nomes só tinha a certeza que teria um filho joão.
hoje tenho dois filhos. um joão. um francisco. que engraçado. nunca pensei ter um filho chamado francisco, apesar de só querer rapazes...
hoje continuo a ter a certeza que quero outro filho. rapaz ou rapariga tanto faz.
mas às vezes penso que o francisco é o meu último bebé, que é o último gordinho da minha vida, que não vou estar grávida novamente, ver a barriga crescer, que não vou ter outro parto, que não vou sentir esta paixão assolapada por um mini-ser novamente. e quando estes pensamentos ocorrem, a minha reacção é mandá-los para trás rapidamente, recusá-los, não deixar que se enraizem. porque, na minha cabeça, não consigo conceber o fim deste ciclo que é engravidar e ter um bebé, não consigo assumir que a nossa família pode ficar por aqui, neste número quatro. porque, na minha cabeça, sinto que serei mãe de três. sinto-o e quero-o, muito.
há dias em que tenho a certeza que terei outro filho e fico serena nessa certeza. noutros dias, mais fechados e cinzentos, já não tenho essa certeza. saber que o pai também gosta desta ideia louca, dá-me esperança. respiro fundo e penso 'calma, é um bebé de cada vez. agora tenho este'. estas palavras dão-me algum oxigénio.
nas últimas semanas estas ideias têm sido mais recorrentes e sei que é porque o francisco está a crescer, a fazer-se à vida. já não é bebé-bebé, já se senta e quase gatinha. não tarda deixa de mamar e aí, sim, corta-se o último elo de bebé.
a biologia é tramada.
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
gosto tanto de ti, miúdo
este miúdo dá luta, mas também me dá amor, conforto, abraços e festinhas.
este miúdo desafia-me, mas faz-me ser melhor. tira-me do sério, mas enche-me o coração.
gosto tanto de ti, miúdo.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
três em um
um dia, três situações deliciosas.
isto aconteceu tudo no mesmo dia, há cerca de três semanas.
+ pilhas da televisão
queria ver desenhos animado, como sempre ao final do dia. resolvi inovar e disse que a televisão estava estragada, sem pilhas. aceitou e foi brincar.
mesmo antes de jantar, enquanto andava atarefada a preparar tudo, resolvi que a televisão já tinha pilhas para funcionar. disse-lhe, depois de mais um pedido, e ele abraçou-se a mim e disse 'obrigada, mãe, obrigada.' e começou aos pulos, feliz da vida.
+ praia na banheira
ultimamente quer tomar banho na banheira do irmão, a mesma banheira cor-de-laranja onde eu e os meus irmãos tomámos banho. tenho deixado que fique entretido a brincar e fico atenta aos barulhos e às conversas com os animais e os barcos.
estava na cozinha a preparar o jantar quando deixei de o ouvir. fui, confesso que um pouco aflita, ver o que se passava. chego à casa-de-banho e apanho-o deitado na dita banheira, submerso quase na totalidade, de barriga para cima, pernas encolhidas e olhos fechados.
- 'joão, o que estás a fazer?
- estou na praia, mãe. podes ir.'
+ bolo em vez da chucha
fizémos um bolo para ele levar para o piquenique da escola. quis comer mais bolo antes de jantar e eu disse-lhe claramente que não. às tantas a insistência foi tanta que resolvi testá-lo.
- 'joão, se comeres mais bolo agora não vai haver chucha.
- está bem.
- estás a perceber o que estou a dizer?
- sim.
- então, queres o bolo ou a chucha?
- bolho.
- tens a certeza? olha que não há chucha...
- está bem.'
e assim foi, deixei-o comer mais bolo e guardei a chucha.
quando chegou a hora de deitar, perguntou por ela. reagiu logo a chorar e estive mais de 10 minutos a relembrar o que tinhamos combinado. entre lágrimas, só pedia a chucha. custou-lhe muito admitir o que tinha escolhido, mas depois da minha insistência e da pergunta clara, ele acabou por admitir que tinha escolhido a chucha.
e eu dei-lha. foi tão valente.
e assim tenho aqui um rapaz, decidido e amoroso.
estamos no bom caminho.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
boa noite, durmam tudo
hoje percebi que uma das minha 'tarefas' preferidas de mãe é ir dar-lhes um beijo de boa noite antes de me ir deitar.
é a última coisa que faço antes de ir para a cama, todos os dias, sempre, sem falhas. acho que é um dos actos de afecto mais bonitos e carinhosos que podemos ter com os nossos filhos, tapá-los, aconchegá-los, pôr o boneco preferido mais perto ou posicionar melhor a almofada. e dar um beijo naquelas bochechas mornas e suaves, ouvi-los respirar, serenos, imaginar-lhes os sonhos e desejar, do fundo do coração, que durmam bem, que durmam tudo.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
1ª semana longe de mim
na semana passada o joão ficou com os avós paternos. uma semana inteira, sim, pela primeira vez.
já tinha ficado longe de mimum fim-de-semana no primeiro ano, depois meia semana no segundo ano e desta feita, por insistência do pai - que diga-se usou a minha sensibilidade hormonal, que só tenho quando quero, também é verdade.
ele puxou do argumento do meu regresso ao trabalho - sim, passados 8 meses, voltei (assunto para mais tarde falar), juntou-lhe a entrada do mini na escola, do tempo para nos organizarmos e da necessidade alérgica do miúdo fazer praia. sim, tem, aliás teve razão, era o que fazia sentido.
quando o deixámos no domingo, achei que ia fazer um drama, ele, não eu e foi um bocado ao contrário. ele ficou sossegado ao colo da avó e eu comecei a chorar por trás dos óculos escuros. estava meio apreensivo mas não fez fita. um orgulho!
passou lindamente a semana, sempre que falava ao telefone com o pai perguntava logo por mim e pelo irmão e os relatórios diários foram relativamente completos.
a semana passou a correr, de repente não fizemos nada do que tínhamos planeado, como ir ao cinema e ir jantar fora... que galo! o pai estava mal do estômago e da garganta e o mini apanhou uma gastroentrite logo na 4ªfeira. argh... já tinha escolhido o filme e o restaurante e nada de nada.
só no sábado tive 'autorização' para ir comer fora e só no nesse dia fizemos alguma coisa de útil lá em casa. deu um acesso de dona-de-casa ao pai e toca de arrumar e despachar os últimos caixotes e fazer as últimas mudanças. e eu a pensar que ia a correr buscar o tuca, toma lá, que vais acartar uma cómoda pelas escadas acima!
bom, no domingo lá fomos e eu estava ansiosa, confesso, muito ansiosa para ver a reacção do joão.
quando me viu abriu os olhos, sorriu, começou a correr para mim de braços abertos, lançou-se para o meu colo e agarrou-me com força. cheirou-me, olhou-me, voltou-me a agarrar e a olhar. parecia que estava a verificar se era mesmo eu. aninhou-se no meu pescoço e deixou-se ficar. assim, calmo, sereno mas muito feliz. e eu senti-me a pessoa mais importante e feliz deste mundo e de todos os outros mundos. foi das melhores, mais fortes e mais compensadoras sensações que tive.
não chorei. consegui absorver tudo e guardar para sempre.
o mini quando viu o irmão ficou de olhos arregalados, a ver o nosso reencontro e a sorrir. diz o pai, porque eu só tinha olhos para o joão.
o mini quando viu o irmão ficou de olhos arregalados, a ver o nosso reencontro e a sorrir. diz o pai, porque eu só tinha olhos para o joão.
o que concluo desta experiência é que o ditado popular 'longe da vista, longe do coração' é extremamente verdadeiro.
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