terça-feira, 18 de junho de 2013

arranque

e depois de um post cheio de felicidade, vou escrever sobre coisas menos giras mas que têm a ver com todo o processo de independência dos bebés em relação às mães e que nos garante insónias, inquietudes e outras maleitas.
com a introdução do leite em pó quando entrou para a creche, depois da papa e posteriormente da sopa, agora já com fruta, o rapaz deu um pulo enorme. começou a crescer e a encher as bochechas ao ponto de lhe chamarem gordo. sim, sim, o bebé que está entre um quilo a dois abaixo do peso médio para a idade. é isso.
bom, com esta introdução de alimentos, a mama foi ficando para trás. às tantas já tinha que tirar leite dois dias para conseguir encher um biberão. mas continuei, preserverante. muitas vezes apeteceu-me deixar de bombar leite, a logística era chata como tudo, entre congelador, bomba esterilazada e comboio, era uma trapalhada. mas resiti dois meses e meio. de repente, deixei de precisar tirar leite. já não sentia o peito cheio. estava aberta a porta para o desmame. ainda dei mama de manhã durante os tempos e era perfeito. não tinha que andar com a tralha toda atrás mas ainda conseguia ter aquele momento só nosso. mas rapidamente, percebi - com a ajuda das educadoras que 'reclamaram' que ele andava inquieto de manhã- que eu já não era suficiente para alimentar o meu baby. e pronto, juntei o biberão à mama. ainda tinha uns 5 minutos só nossos.
passados poucos dias a mama já não servia para nada. o rapaz ficava mesmo irritado com o pouco (ou nenhum) leite que saía. devia achar que eu o estava a enganar eh eh.
e pronto, ao fim de dois meses e meio, quase três, mesmo antes desta semana de férias, deixei de dar de mamar. pensando seriamente no assunto, é brutal para mim. não queria que isto acontecesse já, gostava de dar de mamar mais tempo e agarrar-me a esta função de mãe tão especial e única. eu sei que seis-meses-quase-sete de amamentação é um óptimo patamar, sinto que cumpri um dos meus principais objectivos. mas este corte é, repito, brutal. não pensei que me fosse sentir assim, em falta, desmembrada, quase vazia. parece que me esqueço de alugma coisa, que não cumpri uma parte das rotinas. é mesmo estranho.
isto aliado ao facto de já ter dois dentes estão a marcar uma fase muito importante na vida neste mini-ser-humano. os dentes estão a dar-lhe um ar de mini-adulto, de pessoa. é parvo, isto, não é? mas é mesmo isso que eu sinto, que o meu bebé está a deixar de o ser.
 não consigo deixar de pensar num relógio que não pára, num calendário que não entra em pausa ou anda mais devagar, na inevitabilidade de tudo isto. é um arranque de uma parte de mim.