quinta-feira, 19 de setembro de 2013

primeiro acto de ingratidão

eu que lhe dou comida, dou-lhe banho, dou-lhe mimos a toda a hora, trato da roupa e das fraldas, ponho a dormir e troco os lençóis, ponho creme no rabo e na cara, limpo atrás das orelhas e tiro macacos do nariz. eu que sou a mãe, em todas as vertentes e acepções da palavra, que estou aqui a toda a hora e minuto. e o pai está fora uns dias, em vindima, e ele não lhe larga o colo! é que olha para mim, estende uma mão como quem ameaça que vem e depois ri-se com os olhos e volta-me a cara, abraçando-se ao pai. 
hoje de manhã fiz o teste várias vezes, para ver se ele vinha ao meu colo. porque precisava de mimo e o pai tinha que se calçar. e o puto nada de vir para o meu colo. 
precisava mesmo de sentir aquele cheiro e aquele calorzinho do pescoço, estes dias estão a ser mais pesados, e o puto nada. ingrato... 
isto deve ser só o começo, imagino.