segunda-feira, 25 de novembro de 2013

balanço #1

sem querer entrar em lamechices óbvias e próprias da data, quero dar-me os parabéns!
nem vou dizer que sobrevivi e tal, porque tinha a certeza que o ia fazer. também não vou dizer que foi difícil, que foi chato ou que foi um mar de rosas.
 
foi, sem dúvida, mais fácil do que esperava, preparei-me para bem pior. mentalizei-me que ia ter noites mal dormidas, que ia andar com olheiras até ao queixo, que ia estar sempre de mau humor, até imaginei as nódoas na roupa, e estas foram as únicas que apareceram. em 365 noites deve ter havido umas 5 que correram menos bem, em que ele acordou uma ou duas vezes.
a pior foi na véspera de embarcarmos para amesterdão, em junho. acho que ele sentiu que andava alguma tensão no ar e resolveu dar sinal disso, acordou umas horas antes, plena madrugada e só adormeceu no avião. depois dessa, quando esteve doente ou quando regressámos de londres, acordou por ter perdido a chucha ou por tosse ou simplesmente para ver que estávamos aqui.
não sei se é por (quase) todas as noites me mentalizar que ele pode acordar e por me precaver e ir dormir assim que posso - o que tem sido em média antes das 23h, a verdade é que não me sinto cansada, nunca me senti esgotada, desanimada, queixosa e despenteada.
continuarei a agradecer eternamente esta benção.
 
além das noites bem dormidas, tenho um bebé que sempre mamou bem e que, agora nos sólidos, continua a comer bem. aliás, comenta-se que é incrível a boa boca deste meu rapaz. runs in the family, i guess! eu como de tudo, o pai também, não somos nada esquisitos com comida, tanto marcha uma feijoada de javali, como uma massada de peixe, como um simples prato de sopa ou uns ovos mexidos. a diversidade faz parte, até na mesa. não é à toa que nesta altura el já tenha provado uma variedade enorme de coisas, sem torcer o nariz, desde frutas, legumes a carnes e peixes. é um descanso saber que posso desenrascar qualquer coisa que, por ele, come-se sempre.
mais uma coisa que tenho que agradecer eternamente.
 
ouvia e continuo ainda a ouvir dizer que bebé bolsado é bebé criado. o joão bolsava sempre que comia. muda roupa, muda babete, muda fralda de pano. um cheiro constante a azedo e a certeza que ia passar com a idade. terá sido a coisinha mais chata deste ano. mas passou. já lá vai. e hoje não me lembro do cheiro, mas lembro-me da chatice de mudar babetes e roupa. mas já passou. e ele cresceu bem criado, é verdade.
 
o pai diz que está é a fase mais gira, porque ele interage connosco, participa e faz-se ouvir. faz as suas graças e é feliz. sim, esta fase é muito gira. mas eu tenho tantas, mas tantas saudades de um bebé mini, de uma pessoa pequena pequenina que me caiba à medida nos braços. tenho tantas saudades dos sons de um recém-nascido, do peso e do cheiro. acho que, no fundo, queria é guardá-lo, desse tamanho, para sempre e só para mim. vê-lo crescer e tomar conta do mundo é uma alegria imensa mas faz o meu coração encolher.
 
se gostava de estar mais tempo com ele? claro que sim! mas também quero trabalhar, sem dúvida. se pudesse escolher, optava por trabalhar em part-time, de manhã. tinha tempo para viver a minha vida e a nossa vida. sem correrias, sem deixar coisas para trás, sem ter que fazer tantas opções. não me vou queixar porque estou com ele algumas horas ao final dia, mais uma benção. mas se pudesse escolher, multiplicava estas horas.
 
em relação às rotinas diárias, o que mais me chateia é a quantidade de tarecos de loiça que se suja para preparar a comida dele. pratos e pratinho, facas e garfos, colheres e tijelas. quando o jantar acaba tenho as duas cubas do lava-loiças cheias. viva a máquina de lavar que tem muito mais uso desde que ele nasceu!
a roupa não me chateia muito, gosto de escolher o que ele vai vestir e continuo a gostar de estender roupa e a não gostar de passar a ferro. ainda bem que tenho um rapaz, para não desgraçar o orçamento com tanta oferta que há. continuo a não perceber porque é que, de tantas marcas que surgiram nos últimos tempos, ninguém se agarra aos rapazes. já começam a existir coisas em cinzento e castanhos, lãs e malhas, vá lá, já não se aguentava tanta azul bebé. mas porquê tanta flor e tanto folho e tanto rosa? que exagero! sim, continuo a dizer que gostava de ter só rapazes.
 
por falar em roupa, descobri que tenho um fraco por roupa de bebé, tapa-fraldas em malha e fofos. eles ficam adoráveis. quando o joão começou a crescer, ali depois do verão, comecei a ter dúvidas do que lhe vestir. por um lado ainda era bebé, mas por outro, já tinha ar de rapaz e os fofos já pareciam desadequados. ainda não queria assumir o crescimento e andei ali uns meses em indecisões, numa mistela de estilos, entre o bebé e o rapazola. agora pende mais para o segundo, mas já cresceu mais e está quase a andar, as roupas práticas impõem-se. mas mesmo assim... humf, suspiro por roupa de bebé. mas continua-se a aproveitar e agradecer todos os empréstimos inestimáveis. permitem-me lavar apenas uma máquina de roupa por semana, tal é a gentileza dos primos e amigos.
 
indo até mim. sinto-me feliz, muito feliz, tudo no seu lugar. só falta mesmo uma casa melhor e maior. de resto, não mudo nada. este ano fez-me mudar de perspectivas e de objectivos, aliás, fez-me pôr os objectivos em perspectiva. há outros meios de alcançar a felicidade, e aqui entro na parte lamechas que reneguei no início, como por exemplo nas coisas pequenas do dia-a-dia. tenho absorvido cada dia e todos os dias, todos os pormenores, tudo o que vejo, sinto e faço. sinto-me a crescer e a melhorar. e é isso que quero.
 
houve alturas díficeis na vida a dois, um bebé é um teste do caraças, uma prova tramada de amor e paciência. mas com calma e muita conversa e partilha, sem cábulas ou copianços, acreditando sempre no amor, passámos ao próximo nível. e eu penso que passámos com distinção.
 
este ano foi intenso em descobertas pessoais e familiares. estou muito orgulhosa da minha+nossa prestação como mãe+pais, da nossa dinâmica, da nossa capacidade de adaptação. foi isto tudo que nos permitiu chegar aqui, viver as nossas vidas e fazer acontecer uma vida nova.
 
joão, adoro-te com todas as letras e vou dar o melhor de mim para que sejas feliz. 
diogo, amo-te com todas as letras e quero estar ao teu lado todos os dias.