quarta-feira, 2 de abril de 2014

o jantar

cá em casa as tarefas estão mais ou menos distribuídas. e digo mais ou menos porque nada é estanque, principalmente quando existem filhos. assim, está mais ou menos definido que o pai trata das refeições, eu da roupa e das compras, a empregada das limpezas e do puto tratamos os dois. sem obviamente mas com um naturalmente, eu trato mais do puto, mas o pai tem a enorme tarefa de o arranjar de manhã e levar à escola. e muitas vezes também lhe dá banho. mas não é sobre isto que quero falar, é sobre comida.

o pai deveria tratar das refeições, com base nas minhas sugestões, porque ele é mais do tipo executante do que criativo durante a semana. ora bem, quando temos um filho de 16 meses, que ainda por cima tem uma relação tão apaixonada com a comida, não podemos começar a preparar o jantar às 19h30. a não ser que esse jantar sejam ovos mexidos ou papa!

as vezes que ele, muito carinhosamente, se prontificou a fazer o jantar, e atenção que ultimamente até isto me calha, tem resvalado no tempo. ainda ontem o bezerro começou de repente a chorar de fome e ele pergunta: 'mas o que é que ele tem? magoou-se?'. eu, que estava a dar um jeito à casa-de-banho e às roupas, entrei na cozinha, depois de ouvir um monólogo de pai-filho durante quase dois minutos, e dei-lhe uma papa de fruta para ele se entreter. o que é que aconteceu?
o puto calou-se instantaneamente e o pai ficou incrédulo a olhar para mim, dizendo' porque é que não estás a aquecer a sopa dele? eu estou a olhar para o puré, não posso fazer tudo.'.

pois, está bem. e eu posso.