domingo, 28 de setembro de 2014

ressaca da vindima ou como gerir isto sozinha

tenho que confessar que hoje entrei em meltdown.
só faltou mesmo chorar, ainda bem que existem óculos escuros e ainda tenho alguma dignidade/força de vontade/bom senso. se estivesse em casa tinha-me desfeito, acho eu. 
não quero desfolhar um rol de queixumes, porque toda a gente tem os seus quês, todos têm desculpas e justificações. (e agora entra o mas...) mas precisava mesmo de dar um grito. e quem levou com ele, juntamente com um senhor insulto, foi mesmo o pai.
o joão livrou-se de uns berros e uns safanões, porque fui despressurizando ao longo das horas com ele, valeu a insistência de o pôr a dormir 3 vezes durante a tarde de ontem. deu-me uns minutos de energia. e portanto, foi o pai que hoje de manhã, quando pensava que íamos estar todos juntos finalmente em família, que levou. 
as palavras sairam-me da boca com violência, vi-as mesmo a voar na direcção dele, conscientemente. mas tinha mesmo que o fazer ou rebentava. senti um alívio imediato, mas paguei caro a brutalidade. 
que se lixe. que se lixe, mesmo. se ninguém me defende, defendo-me eu. 
podia ter pedido ajuda, podia, mas a família é minha, o filho é meu e o fim-de-semana é de todos e de cada um. não me senti no direito de boicotar o descanso à avó. se calhar devia tê-lo feito, mas não fiz. o que me apetecia mesmo era o calor, a praia, um mergulho no mar e a areia no corpo. ou então umas horas em família de 3. isso também tinha servido. mas o pai teve que ir trabalhar e fiquei sozinha outra vez. 
esta vindima está a custar muito mais que a anterior. as ausências são maiores, as exigências caseiras também e os 5,5 meses de gravidez acusam-se. e volta a meia tenho ataques de ansiedade, de vontade de já ter o bebé cá fora para poder ficar em casa sossegada. ficar em casa, na minha casa, no sítio onde me sinto mais protegida. 

duas horas de sesta hoje à tarde fizeram milagres. e agora vou dormir outra vez para aguentar a semana. se me perguntarem qual é o melhor remédio para tudo eu respondo sem hesitar 'ir para a cama às 22h30, todos os dias.'