quarta-feira, 1 de abril de 2015

eu não sou galinha

no outro dia em conversa com a minha irmã, sobre a família em geral e os estilos de parentalidade em particular, ouvi dizer que estava muito surpreendida comigo, com a minha maneira de lidar+educar+criar+estar com os filhos.
ela achava, dada a minha maneira de ser organizada e objectiva, metódica vá, que eu fosse ser mãe-galinha, mãe-stressada, mãe-ninguém-toca-nos-meus-filhos. sempre me teve por dona do meu nariz e achava que isso ia passar para a parte de mim que ia ser transformada em mãe. mas que, pelo contrário, eu estava super cool (gosto de pensar em mim como uma mãe super cool), que deixava os filhos ir ao parque com os tios, que ia jantar fora sem eles, que ia de férias para o estrangeiro com eles, que não dizia que não aos programas que iam surgindo só porque 'ai meu deus, tenho um filho pequeno (ou dois)'. 
e eu gostei de ouvir.

já tinha pensado nisto algumas vezes. não me considero mãe-galinha. sou bastante descontraída no que toca aos meus filhos, seja com os banhos, com as sestas ou mesmo com as refeições. faz-se o que se pode, quando se pode e como se pode, é este o espírito. esta postura facilita-nos bastante a vida, porque nos deixa ir a todo o lado e permite conviver com toda a gente, independentemente da hora ou do dia da semana.
claro, que é tudo mais fácil se houver uma rotina estudada e testada, mas não é mesmo preciso tomar banho todos os dias... ou comer sempre a sopa. 
por acaso, esta questão dos banhos faz confusão à minha mãe, mas isso é outra história. 

eu só sou assim porque somos nós assim. porque o pai dos meus filhos equilibra perfeitamente as coisas, porque nos entendemos sem precisar falar, apesar de algumas perguntas parvas dele quando tem medo de tomar decisões importantes como comer mais bolachas antes de jantar. porque sabemos que é necessário relativizar, que é obrigatório ter paciência. 
no fundo, mantemo-nos com os pés na terra, sem grandes derivações ou sonhos lunáticos. e é bom assim. é bom dizer que sim aos convites para jantar a meio da semana, é bom planear férias de avião em família, é bom andar com o carro cheio de tralha só porque vamos passar o dia todo fora de casa e há que estar preparado para qualquer eventualidade. por isso há (quase) sempre mudas de roupa, água e bolachas, chuchas e ó-ós, brinquedos e chapéus. 

isto é uma grande aventura, longa, interminável até, mas é boa a valer.