quinta-feira, 9 de abril de 2015

páscoa






fomos até à aldeia da avó a., na serra da malcata. 
esperavam-nos uns avós sedentos de 'estragar' os netos, principalmente o mais velho, uma aldeia de braços abertos para um rapazinho muito alegre e bem disposto, muito frio de manhã, comida caseira, produtos caseiros e muita brincadeira na tenda montada no pátio.
a avó desencantou brinquedos do pai, com mais de 35 anos, carrinhos e figuras de plástico, com principal destaque para um dartacão, o preferido do progenitor. brincou ainda com apitos, bancos de cortiça e borralhas (uns casulos de insectos dos carvalhos com que o pai fazia longas e sofisticadas brincadeiras em pequeno).
andou no carro do avó zé, um datsun dura de mil, nove e trinta, como diz a minha irmã. muito estimadinha, sem cinto, claro, uma verdadeira aventura!
andamos na floresta à procura de gatos e ursos e claro, muita pesquisa pela melhor pedra e pau.
visitamos o castelo do sabugal onde perguntou pelo rei: 'onde tá o rei, mãe?'. respondemos que foi de férias, passear e acho que acreditou. é tão ternurenta esta inocência pura.
de manhã ia, bem cedo, no ar gelado da serra, ver cabras, chegou até a ordenhar uma (ou a ver, ainda não percebi bem), andou de carroça, viu galinhas, burros, cavalos e vacas. delirou com todos os animais e cada vez que via um gato na rua desatava a correr a atrás dele a gritar 'gatu, gatu, gatu'.

foi muito feliz e nós felizes fomos por o ver assim.