quarta-feira, 25 de novembro de 2015

querida matilde

não consigo dizer muito, dói-me o estômago e o coração encolhe-se ao ponto de doer também. 

às vezes esqueço-me do que aconteceu, esqueço-me que já não te vamos ver. nunca. mais.

querida matilde, não há maior injustiça que morrer aos quatro anos. 

não te preocupes que vamos, todos, tomar conta da mãe, do pai e do teu irmão. eu sei que as festas de anos vão ser muito difíceis, afinal gémeos são sempre dois, pelo menos. mas nós, todos, vamos fazer a festa. por ti e pelo mano. 

querida matilde, nunca me vou esquecer de quando me disseste, na voz mais meiga e doce 'gosto muito de ti, joana'. parece que te estou a ouvir dizer isso agora. tenho repetido isso na minha cabeça, talvez para te agarrar mais uma vez.

querida matilde, gosto muito de ti e já tenho saudades tuas.