terça-feira, 15 de abril de 2014

15/52 + vamos falar de birras

o passeio de domingo (isto é tão 80's) foi um teste à minha paciência, mas principalmente à minha capacidade e habilidade maternal. 
uma mistura explosiva de calor, ar livre, água fresca nos lagos, sesta por dormir, relva e criançada a correr, e ainda um almoço mal almoçado - sopa, torradas e batatas fitas contam?
das poucas coisas que correram bem foi o facto de ter estado sempre com o chapéu posto, estranhamente não o quis tirar constantemente. 
quando percebi que estava a ficar impaciente saí do restaurante. quando percebi que estava rabujas, deixei-o correr à solta na relva e trepar por todo o lado, deixei-o chapinhar na água e molhar-se à vontade - não bebas essas água, não bebas essa água. despi-o e deixei-o mais à vontade. nem assim. 
queria, porque queria, mergulhar. eu percebo, é aliciante, claro. mas não tinha roupa suplente e confesso que aquela água não inspira confiança para banhos.
às tantas, com os ensinamentos dela a rolar na minha cabeça, peguei nele e saí dali.
as explicações, justificações e negociações já não estavam a funcionar. 
berrou, guinchou, esperneou e quando lhe dei a chucha e o aconcheguei no meu colo deu o sinal: 'tenho muito sono mãe.'
tentei adormece-lo, mas era excitação a mais. em casa teria resultado, ou mesmo num ambiente mais calmo. ali era tudo novo, tinha os amigos, não percebeu o porquê de lhe tirar isso tudo de repente. quase, quase adormeceu.
desisti, sem berrar, sem bater. sentei-o no carrinho e fui-me embora. amuou como nunca tinha visto. fez cara fechada, zangado e de sobrolho franzido. sem abrir a boca, sem refilar uma única sílaba. 
adormeceu em 2 segundos, assim que entrou no carro.


"a portrait of my children, once a week, every week, in 2014."
joão: no pós-birra.

+ era esta a figura do bezerro quando o enfiei no carrinho. 
reparem nas calças arregaçadas, nas mangas dobradas, no peito todo molhado, 
no cabelo transpirado e na cara dele. a cara dele, de zangado, é qualquer coisa de muito especial.